Pedra Redonda em Porto Alegre é um grande reduto da religiosidade Africanista


Poucos lugares no Brasil têm um pôr-do-sol de beleza tão privilegiada quanto o Rio Guaíba. Para muitos gaúchos a riqueza do local não está apenas na aurora; existe uma espiritualidade, uma magia que habita ali.

Aos adeptos de religiões afro-brasileiras o Guaíba representa também um elo de ligação entre o culto e as entidades. Nas margens do lago são realizados preceitos de Candomblé, Nação, Umbanda e outras linhas espirituais.

O freqüente uso por parte dos africanistas gerou alguns problemas, entre eles o depósito excessivo de despachos, oferendas e animais sacralizados. Como solução consensual - entre os praticantes - ficou determinado que a praia da Pedra Redonda seria um local mais discreto para trabalhos maiores e/ou com animais.

As enormes rochas do local também permitem homenagens ao Orixá Xangô, e o pouco acesso de pedestres faz com que haja privacidade aos hábitos religiosos.
No entanto, a segurança também é ausente, além da parca iluminação noturna; seguidamente encontramos pedintes e moradores-de-rua nas espraiadas do Guaíba. Muitos casos de assaltos foram registrados na delegacia local.

Em nossa última visita, registramos alguns utensílios como alguidares, bandejas laminadas, papéis celofane e plásticos na areia, além de cabeças de aves, penas, e couros de caprinos. Infelizmente, nem todos religiosos possuem consciência ecológica em seus despachos.

Apesar da limpeza diária do DMLU, não existem lixeiras nem locais específicos para lixo.
Por isso, solicitamos ao poder público municipal uma maior atenção aos locais de culto das religiões afro-umbandistas. Tornam-se necessárias: além da iluminação e segurança, lixeiras para coleta de materiais recicláveis.
As margens do Guaíba sempre foram e sempre serão um local de muito Axé a todos que crêem e praticam religiões afros.


Colaboração Victor Hugo

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